Igualdade entre os sexos
É um
conceito que define a busca da igualdade entre os membros dos dois gêneros
humanos, homens e mulheres, derivado de uma crença numa injustiça, existente em
diversas formas, de desigualdade entre os sexos. Em suma, é a equivalência
social entre os vários gêneros. Enquanto o conceito pode referir-se às
diferenças sociais entre homens e mulheres, estende-se a todo o espectro da
identidade de gênero. O gênero Tem por base representações (crenças, ideias,
valores) em torno do sexo biológico. Ou seja, é o modo como as sociedades
entendem as pessoas do sexo masculino e as pessoas do sexo feminino. É, assim,
a consequência do sexo numa organização social. O conceito contrário à
igualdade de gênero não é diferença de gênero, mas sim o de desigualdade de gênero, uma vez que este pressupõe estatutos, direitos e dignidade
hierarquizados entre homens e mulheres.
Estereótipos
de Gênero – são as representações generalizadas e socialmente valorizadas
acerca do que os homens e as mulheres devem fazer (por exemplo, "o homem é
mais prático, a mulher é mais carinhosa"; ou" homem = produção e
mulher = reprodução").
Papéis
sociais de gênero são comportamentos aprendidos numa determinada sociedade, que
fazem com que os seus membros percepcionem certas atividades como pertencentes
a homens ou a mulheres, valorizando-os de forma diferente. Há muito se repete
que homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações e que com tal
igualdade devem ser tratados. É um dos principais pilares da igualdade jurídica
preconizada como direito fundamental por todos os povos. Mas ainda é só uma
previsão legal, pois a realidade demonstra que a mais degradante desigualdade
no tratamento desses direitos ainda pesa sobre as costas das mulheres, muitas
vezes escondida sob os olhares que se voltam para as conquistas de algumas. A
diferença de remuneração entre homens e mulheres, no exercício do mesmo
trabalho e da mesma função e as dificuldades de acesso aos cargos mais elevados
e de maior prestígio nas organizações, é uma dessas realidades. Poucas conquistam
de fato tal espaço concorrendo em igualdade com os homens. A idéia de que as
mulheres são mais voltadas ao trato familiar do que o profissional ainda é uma
imagem que garante preferência aos homens, uma idéia equivocada e que precisa
ser mais rapidamente revista, pois as que conquistam postos mais importantes
demonstram de maneira incontestável que mulheres conseguem conciliar carreira e
família, e com isso acabam por ter maior rendimento profissional em razão da
harmonia emocional. Esse tema da igualdade na diversidade, que estamos
tratando hoje, é um tema inesgotável e uma das razões pelas quais isto
acontece é porque, nesta etapa de mutação da sociedade, esta temática também
vem mudando rapidamente. Na realidade, a sociedade está sempre em movimento,
mas nesse momento a gente pode dizer que a humanidade vive um ponto de mutação.
Aliás, este é o título de um livro muito conhecido que fala da transformação
profunda que vem se dando atualmente em vários níveis; neste contexto, a
questão da relação entre homens e mulheres
também vem sofrendo uma mudança significativa. A gente conhece pouca
coisa desta fase - não existiam documentos escritos mas descobertas
arqueológicas, realizadas sobretudo pelas feministas que vêm trabalhando essa
etapa, indicam que essa relação de igualdade era mais fácil entre homens e
mulheres. Nesse período, descobriu-se a importância da mulher, porque era ela a
responsável pela transmissão da vida; as primeiras imagens conhecidas dos seres
humanos, são aquelas estatuetas pequenininhas, estatuetas de mulheres, de
formas arredondadas, representando as deusas da fertilidade. Essa é uma imagem bonita para imaginar como é
que a gente pode repensar uma maior igualdade nas relações entre homem e
mulher. Só se pode tomar consciência dessa situação de subordinação quando se
afirma o princípio da igualdade. E isto
aconteceu a partir do final do século XVIII, quando a Revolução Francesa
proclamou os valores de ”liberdade, igualdade e fraternidade.” Estes se tornaram fundamentais, sobretudo nos
séculos XIX e XX, enquanto valores da modernidade e se traduzem hoje em
diversas áreas. Assim, no que se refere à igualdade, sua consciência não se dá
apenas em relação ao gênero, mas também em relação a qualquer tipo de dominação
ou de estrutura de subordinação que existe dentro da sociedade. É sempre
importante lembrar que o contexto social em que vivemos é marcado por profundas
desigualdades sociais, incluindo, além da desigualdade de gênero, também
desigualdade de classe, desigualdade de raça e etnia, desigualdade de geração.
Portanto, quando a gente luta contra a subordinação de gênero, isso implica
também lutar contra todas as outras formas de opressão. É muito importante
manter a diversidade, ou seja, que homens e mulheres se reconheçam como tais. O
grande desafio é esse: manter essa tensão entre a igualdade e a diversidade. E
é esse exatamente o dilema da nossa luta: lutar pela igualdade com os homens ou
reivindicar a diferença como mulheres? Talvez, mais do que dizer “ou”, a gente
teria que dizer “e”; quer dizer, ao mesmo tempo lutar pela igualdade e
reivindicar a diferença. Nesse sentido é que a gente descobre um conceito muito
rico que é o conceito de equidade, que quer dizer exatamente isso: manter a
igualdade na diferença ou manter a diversidade na igualdade. Somos todos iguais independentes de qualquer outra situação.
0 comentários:
Postar um comentário